Na era pós-digital, a continuidade da inovação é baseada na vida. Simplicidade, regeneração, conexão e alegria fazem parte dos novos códigos, segundo Fabrice Lecrerc.
Leclerc é consultor de inovação e empreendedor, e acredita que tornar a vida melhor é a razão de qualquer negócio moderno.
Nos últimos vinte anos, Leclerc foi pioneiro na inovação como força motriz da evolução social e ambiental positiva. Dirigiu a Häagen-Dazs, fundou o Innovation Lab da L’Oreal, foi mentor da EPFL (Escola Politécnica Federal de Lausane) onde atua como professor do HEC-UNIL (educação executiva).
Como CEO da Haagen Dazs, tornou-se popular pela criação do Big love Cup, assumindo a liderança no negócio italiano de sorvetes de luxo.
O artigo de Emmanuel Garessous para o Le Temps sumariza a trajetória e algumas das principais ideias do inovador suíço. Vale a pena ler. (acesse aqui)
A inovação está no topo da lista das prioridades das organizações. Nesta década, esteve acompanhada pela transformação digital. Na próxima, tudo indica que terá a companhia da humanização e da sustentabilidade, em seus sentidos mais amplos.
A tecnologia não perde sua importância, mas deixa de ser protagonista para ser ‘commodity’ na composição das forças que atuam sobre a sociedade e a economia, acompanhando a imaterialização, a sociedade do conhecimento, o foco na saúde e outras novas megatendências como a busca de propósito, a monetização e o encapsulamento (bubble Society).
Já no próximo ano, é possível que observemos a implosão de muitas das startups da moda. O neo-socialismo digital sucumbirá diante capitalismo humano-sustentável.
Como o ‘econogambling’ não pode parar, novas startups, pautadas por propósitos humanistas, deverão ocupar, gradativamente, o pregão da Nasdaq – uma nova raça de unicórnios, poderíamos dizer.
A nova inovação irá requerer o resgate da essência humana, um mergulho interior ao qual nos desacostumamos nas últimas décadas.
Como afirma Lecrerc, “essa nova abordagem exige considerar o que sempre funcionou e extrair os códigos para saber se uma inovação é do século 21 ou não”.
O Homo Sapiens volta a ser objeto de estudo, e a Filosofia e a Sociologia acompanharão a Ciência de Dados nos cursos de educação executiva.
Flavio Ferrari
Head BR do CIFS - Copenhagen Institute for Futures Studies
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