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A Reputação Digital e o Branding

Flávio Ferrari*

Professor de Análise Estratégica de

Cenários Futuros na ESPM

 

 


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Quem você consultaria para saber sobre a reputação de uma organização? Até pouco tempo atrás, para saber como uma empresa era percebida, a maioria recorria ao Google, à imprensa ou à opinião de amigos. Mas esse cenário mudou. Uma pesquisa da Conversation em parceria com a ESPM (maio/25) revelou que mais de 30% dos entrevistados já reduziram as buscas no Google desde que passaram a usar IAs conversacionais. E, segundo a Forbes, 93% dos brasileiros conectados utilizaram algum recurso de inteligência artificial em 2024.

 

Na prática, isso significa que a reputação da sua empresa já não é definida apenas pelo que você comunica, mas pelo que os algoritmos acessam, interpretam, consolidam e apresentam como “verdade” para o público. É isso que chamamos de Reputação Digital, ou seja, a versão externa e sintetizada da sua organização, construída a partir de informações publicadas por stakeholders e filtrada pelas IAs.

 

Para explorar esse conceito, pesquisei o setor bancário brasileiro, avaliando 25 instituições com três diferentes IAs (ChatGPT, Perplexity e Manus). Os resultados mostraram correlação significativa entre elas e revelaram padrões interessantes. Banco 1, Banco 2 e Banco 3, (para não citar as empresas) lideraram o ranking geral, mas cada um em pontos distintos: os digitais se destacam em inovação e conexão emocional, os tradicionais em governança e solidez financeira, e as cooperativas em responsabilidade social. Já o atendimento segue como desafio comum, com desempenho abaixo da média das demais dimensões.

 

Essa análise indica uma tendência maior. A gestão de marca não pode mais ser pensada sem levar em conta sua Reputação Digital. Outra pesquisa da Similarweb, publicada pelo TechCrunch, mostrou que o tráfego gerado por referências vindas de IAs cresceu 357% entre junho de 2024 e junho de 2025. Ou seja, as pessoas já estão chegando às empresas a partir do que as inteligências artificiais contam sobre elas.

 

O futuro do branding será cada vez mais mediado por algoritmos. A questão não é se a sua marca será avaliada por eles, mas se você trabalhando para que contem histórias alinhadas com sua estratégia de posicionamento.

 

*Flavio Ferrari

Professor da Análise Estratégica de Cenários Futuros na ESPM

Consultor e Conselheiro Consultivo – Futurismo para inovação e Comunicação

Top Voice (Business Innovation) 2024 no LinkedIn

Fundador do hub SocialData e do canal Descolapso

Foi CEO da Kantar Media, MD da Ipsos Connect BR e GfK Media BR, além de Head do CIFS BR.

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