A Reputação Digital e o Branding
- Editorial
- 7 de out.
- 2 min de leitura
Flávio Ferrari*
Professor de Análise Estratégica de
Cenários Futuros na ESPM

Quem você consultaria para saber sobre a reputação de uma organização? Até pouco tempo atrás, para saber como uma empresa era percebida, a maioria recorria ao Google, à imprensa ou à opinião de amigos. Mas esse cenário mudou. Uma pesquisa da Conversation em parceria com a ESPM (maio/25) revelou que mais de 30% dos entrevistados já reduziram as buscas no Google desde que passaram a usar IAs conversacionais. E, segundo a Forbes, 93% dos brasileiros conectados utilizaram algum recurso de inteligência artificial em 2024.
Na prática, isso significa que a reputação da sua empresa já não é definida apenas pelo que você comunica, mas pelo que os algoritmos acessam, interpretam, consolidam e apresentam como “verdade” para o público. É isso que chamamos de Reputação Digital, ou seja, a versão externa e sintetizada da sua organização, construída a partir de informações publicadas por stakeholders e filtrada pelas IAs.
Para explorar esse conceito, pesquisei o setor bancário brasileiro, avaliando 25 instituições com três diferentes IAs (ChatGPT, Perplexity e Manus). Os resultados mostraram correlação significativa entre elas e revelaram padrões interessantes. Banco 1, Banco 2 e Banco 3, (para não citar as empresas) lideraram o ranking geral, mas cada um em pontos distintos: os digitais se destacam em inovação e conexão emocional, os tradicionais em governança e solidez financeira, e as cooperativas em responsabilidade social. Já o atendimento segue como desafio comum, com desempenho abaixo da média das demais dimensões.
Essa análise indica uma tendência maior. A gestão de marca não pode mais ser pensada sem levar em conta sua Reputação Digital. Outra pesquisa da Similarweb, publicada pelo TechCrunch, mostrou que o tráfego gerado por referências vindas de IAs cresceu 357% entre junho de 2024 e junho de 2025. Ou seja, as pessoas já estão chegando às empresas a partir do que as inteligências artificiais contam sobre elas.
O futuro do branding será cada vez mais mediado por algoritmos. A questão não é se a sua marca será avaliada por eles, mas se você trabalhando para que contem histórias alinhadas com sua estratégia de posicionamento.
*Flavio Ferrari
Professor da Análise Estratégica de Cenários Futuros na ESPM
Consultor e Conselheiro Consultivo – Futurismo para inovação e Comunicação
Top Voice (Business Innovation) 2024 no LinkedIn
Fundador do hub SocialData e do canal Descolapso
Foi CEO da Kantar Media, MD da Ipsos Connect BR e GfK Media BR, além de Head do CIFS BR.





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