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O que é um computador quântico ?

Computadores são, essencialmente, dispositivos eletrônicos que processam informações. A geração atual de computadores trabalha com o sistema binário, onde todas as informações a serem processadas são transformadas numa sequência de "zeros" e "uns", formando blocos de bits e bytes. Do ponto de vista elétrico, o zero corresponde a sem energia (não passa corrente elétrica) e o 1 corresponde a com energia (passa corrente elétrica). Essa simplificação, também é, de certo modo, responsável pela alta precisão das operações. Zero ou um; passa ou não passa; verdadeiro ou falso; preto ou branco: não há tons de cinza.

Curioso notar que, de certo modo, esse modelo de processamento reflete a polarização da sociedade.

Quantum Computer - divulgação IBM

A grande mudança trazida pelos computadores quânticos é a ruptura desse paradigma. No mundo da física quântica não existem certezas. Tudo é uma nuvem de probabilidades.

Um bit (a menor unidade de informação processada) só pode assumir os valores zero e um, mutuamente exclusivos, em um computador convencional. O bit quântico pode assumir os dois valores simultaneamente, com probabilidades associadas. Ele pode ser, digamos, zero com 60% de probabilidade e um com 40% de probabilidade.

Esta é a mais simples e, talvez, a melhor resposta para a pergunta do título desta matéria.

As implicações, no entanto, são imensas, a começar pela própria lógica interna de processamento das informações que será subvertida ao longo do tempo, ainda que, num primeiro momento, tenhamos dificuldades para abrir mão da lógica booleana e aceitar os infinitos tons de cinza.

As novas máquinas serão capazes de processar volumes maiores de informação com mais rapidez - milhões de vezes mais rápido, é importante frisar.

Como as máquinas ainda são muito grandes e necessitam ser mantidas a temperaturas próximas do zero absoluto em ambientes blindados contra interferências eletromagnéticas, dificilmente estarão disponíveis, fisicamente, para um usuário doméstico ou para pequenas empresas nas próximas décadas. Mas será possível acessá-las remotamente, reproduzindo a velha arquitetura cliente-servidor do século passado, mas com uma velocidade de comunicação maior.

A especialista Sonini Ghose, presidente da Associação Canadense de Físicos e bolsista sênior do TED, nos dá uma aula simples sobre o assunto no neste vídeo:


Esperemos que essa nova arquitetura também se reflita no tecido social, contribuindo para o desenvolvimento de culturas mais tolerantes, capazes de trabalhar com as incertezas que nos permitem evoluir.


(esta matéria foi inspirada por uma publicação da Cristina De Luca, jornalista e blogueira, no grupo Inteligência de Mercado do Facebook).

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